Saúde: Desejo sexual feminino

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As queixas relacionadas com o desejo sexual feminino são muito frequentes e, muitas vezes, de difícil resolução, uma vez que o desejo sexual na mulher é muito complexo e multifatorial.

Tem sido dada cada vez mais atenção a estas questões e a investigação científica tem tentado desenvolver fármacos que consigam devolver/restaurar a líbido. Contudo, ao contrário dos resultados com os tratamentos farmacológicos nos homens, ainda não foi descoberto um verdadeiro “Viagra feminino”.

Existem vários candidatos, nomeadamente a flibanserina (Addyi – o único aprovado pela FDA para o tratamento da perturbação do interesse sexual/desejo na mulher), o bremelanotide (Vyleesi) e, mais recentemente e em fase de estudo, o orenetide (Libicore). De notar que, ao contrário dos medicamentos disponíveis para a disfunção eréctil, todas estas substâncias têm ação cerebral (no sistema nervoso central) e não genital!

O orenetide (Libicore) é uma substância sintética administrada através de um spray nasal, de uso diário. Os estudos realizados até agora demonstraram resultados satisfatórios, com um perfil de segurança favorável (sem efeitos laterais importantes).

Embora o tratamento farmacológico para o desejo sexual na mulher seja potencialmente útil, os efeitos observados são frequentemente limitados em termos clínicos, dado o carácter multifatorial das disfunções sexuais femininas, que dificulta grandemente o desenvolvimento de um medicamento que possa ser considerado o “Viagra feminino”.

Assim, tendo em conta a complexidade da resposta sexual da mulher, os tratamentos farmacológicos, nomeadamente o Libicore, poderão ser importantes na abordagem destas queixas, de forma integrada com a terapia sexual.

 

Objetos sexuais

Cada vez existe maior variedade de brinquedos sexuais e estes são cada vez mais utilizados. Os cuidados a ter com estes objetos são muito importantes, não só para garantirem a sua higiene e evitar problemas de saúde, mas também para aumentar a sua durabilidade!

Limpar corretamente os brinquedos/objetos sexuais consiste em lavá-los com água e sabão, antes e depois da sua utilização, não esquecendo as suas curvas e recantos! Dependendo do material, não deverão ser fervidos, pois poderão ficar danificados.

O local anatómico de utilização dos objetos e a potencial partilha dos mesmos também devem ser considerados. Assim, os objetos com utilização anal devem ser ainda mais cuidadosamente higienizados, ou até mesmo protegidos com preservativo – principalmente se forem utilizados noutros locais anatómicos também. Uma forma de proteger os objetos partilhados, é usar precisamente o preservativo, que deve ser trocado ao mudar de pessoa.

Idealmente devem ser secos ao ar e guardados apenas após estarem totalmente secos. Quando tal não é possível, podem secar-se com uma toalha ou papel absorvente.

Se for utilizado lubrificante, muitas vezes necessário para que não haja traumatismos/lesões, estes devem ser compatíveis com o material do objeto, sendo sempre mais seguro usar um lubrificante à base de água, em detrimento dos constituídos por silicone e óleos.

Lembrar sempre que os objetos sexuais também podem necessitar de ser substituídos! Por isso deve estar alerta para alguns sinais, nomeadamente: superfícies desgastadas, rugosas, descoloradas, materiais rachados ou partidos, baterias estragadas, etc. Só com os objetos em perfeito estado poderá ser retirado pleno benefício da sua utilização, minimizando potenciais lesões e promovendo o prazer!

 

Dra. Joana Lima Silva

Ginecologista/sexóloga

Hospital Lusíadas Porto

 

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