LusoJornal / Carlos Pereira

Secretária de Estado Ana Teresa Lehmann visitou “com orgulho” a Maison & Objet em Paris

A Secretária de Estado da Indústria de Portugal, Ana Teresa Lehmann visitou este fim de semana a feira Maison & Objet, que decorre entre 9 e 11 de setembro, no Parque de Exposições de Paris-Nord Villepinte, com uma forte participação portuguesa.

Ana Teresa Lehmann falou em “orgulho” quando se referiu à participação portuguesa no certame. “Quero destacar o grande orgulho que tenho, na forma como Portugal se apresenta neste certame, quer em número de empresas, mas sobretudo com a qualidade com que se apresentam” disse ao LusoJornal. “Temos uma enorme variedade de stands diferentes, mas com um traço comum que as une que é a qualidade, o valor acrescentado dos produtos e é isso que a indústria portuguesa quer ser, uma indústria qualificada, de alto valor acrescentado, com design incorporado e que ombreia com as melhores representações que se mostram aqui”.

Esta é uma feira de referência a nível mundial, que se realiza em Paris, duas vezes por ano. “É uma feira tradicionalmente importante para as empresas portuguesas porque é uma feira de projeção mundial, não é apenas para o mercado francês, mas para o mercado mundial, para os países de leste, africanos, árabes, etc., e por outro lado é um espaço de apresentação de novos produtos e novas ideias” disse ao LusoJornal António Silva, Administrador da AICEP, que acompanhou a Secretária de Estado na visita ao certame. “Mesmo sabendo que a edição de janeiro é maior, porque tem mais presenças, esta não deixa de ser uma grande feira como aliás se vê com a presença que mais de 70 empresas portuguesas”.

Ana Teresa Lehmann visitou uma boa parte das empresas portuguesas que marcam presença na Maison & Objet, acompanhada pelo Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, pelo Administrador da AICEP, António Silva, pelo Delegado da AICEP em França, Rui Paulo Almas, com o técnico da AICEP Paris Jorge Ruivo, e pelo Presidente da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa, Carlos Vinhas Pereira.

Segundo a AICEP Paris, 89 marcas/empresas nacionais estão presentes, das quais um grande número integrando projetos conjuntos de internacionalização, cofinanciados pelo Programa Portugal 2020, e apresentados pelas associações empresarias APIMA (Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins), AIPI (Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação) e Associação Selectiva Moda.

A Secretária de Estado destacou a “diversidade grande de produtos e de empresas”, parava para conversar com os representantes das marcas, questionava sobre as experiências internacionais e sobre os produtos apresentados. “Isto mostra muito bem o que é a indústria portuguesa de hoje, que é uma indústria de futuro, uma indústria que sabe inovar com base na sua tradição. A tradição industrial de Portugal é um ativo estratégico imenso, que numa era de globalização lhes permite diferenciar, aliando a modernidade a esses ingredientes que no fundo são a nossa tradição industrial que está aqui nesta feira a dar cartas” explicou ao LusoJornal, acrescentando que “tenho muito orgulho de ver uma representação tão qualificada num certame que é uma referência a nível internacional”.

O interesse da participação de Portugal na feira é “evidente” para Ana Teresa Lehmann. “Esta feira atrai clientes de todo o mundo e hoje em dia qualquer empresa portuguesa tem de se projetar nos mercados internacionais”. Depois acrescentou que “as empresas estão cá para vender e fazem-no muito bem. Apresentam-se com enorme dignidade, com muito bom gosto e isso não passa despercebido aos clientes porque nos stands que temos visitados vemos um enorme interesse”.

O interesse crescente das empresas portuguesas por este certame parece evidente. Em todos os stands visitados a opinião era unânime. Segundo o Administrador da AICEP, o aumento sistemático de expositores portugueses “deve-se a um maior esforço de apoio às empresas para a internacionalização, mas deve-se também à consciência que as empresas têm da necessidade de exportar, de se internacionalizar, de alargar a sua presença no mundo”. António Silva conhece bem esta feira porque foi durante muitos anos o Diretor da AICEP em Paris. “Muitas empresas vêm por sua conta e depois há aquelas que têm acesso a programas. São cada vez mais, tanto as que vêm com o apoio dos programas, como as que vêm por si mesmas, por causa da necessidade que há de exportar e de se internacionalizar, alargando os mercados”.

A Secretária de Estado confirma: “Portugal ajuda muito estas empresas” e destaca o trabalho das associações empresariais. “As associações que estão neste certame estão a ser apoiadas por instrumentos que a política pública portuguesa disponibiliza no âmbito do Portugal 2020, dos projetos ligados à internacionalização, quer sejam projetos ligados às associações, projetos conjuntos, sistemas de incentivos à internacionalização. Mas também as empresas individuais são beneficiárias deste tipo de apoios” explicou numa entrevista ao LusoJornal. “Portugal tem – e os empresários conhecem isso – um leque de apoios, de instrumentos de financiamento, muito relevantes, muito diversificado, que podem beneficiar empresas individuais como representações coletivas, como conjuntos de empresas e associações”.

O próprio Diretor da Maison & Objet dizia à Secretária de Estado portuguesa que “Portugal é das representações mais influentes” na feira e para Ana Teresa Lehmann “as pessoas reconhecem que houve aqui uma evolução muito positiva, também fomentada pelo excelente trabalho que as empresas, naturalmente – que são o ator principal -, têm feito, as associações empresariais também têm tido um conjunto de projetos agregadores e que consolidam também uma representação muito interessante e também não esquecendo os apoios que as políticas públicas disponibilizam e que financiam significativamente estas operações. Há aqui, no verdadeiro sentido da palavra, uma verdadeira parceria público-privada em que de facto o ator principal são as empresas, são elas que criam riqueza todos os dias, mas nós também estamos aqui sempre para as apoiar”.

Algumas das empresas presentes no certame seguiram um modelo clássico de internacionalização: primeiro começaram por vender em Portugal e depois foram à procura de clientes fora do país. “Há mercados muito exigentes e mercados com grande capacidade aquisitiva, e as empresas têm que se especializar e têm de alguma forma de responder ao que o cliente deseja. E se esse cliente está em qualquer país, na Rússia, na China, no Médio Oriente, e está disposto a pagar essa qualidade, pois muito bem. O que nós queremos é empresas exportadoras, empresas que se projetem no mercado internacional. O nosso mercado é muito pequeno. Têm de olhar para fora”.

Mas Ana Teresa Lehmann também encontrou na Maison & Objet empresas portuguesas muito recentes e já com perfil para exportar. “Temos outro modelo agora, que se vê sobretudo na nova geração, que é o modelo da empresa que nasce global. Tivemos a oportunidade de visitar algumas aqui. São empresas que desde o primeiro dia começaram a exportar, vendem em Portugal, mas também vendem fora. E isso é muito bom porque mostra que hoje em dia há também um conjunto de tecnologias de apoio através de comércio eletrónico, que permite que o consumidor tome conhecimento de um certo número de empresas a longa distância” disse ao LusoJornal.

No entanto, a governante confirmou que “todos os empresários nos dizem que é fundamental estarem nestes grandes certames. Estas são as grandes montras e é aqui que os grandes clientes vêm”.

 

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