LusoJornal | Carlos Pereira

Manuel Brito: “A ARCOP é muito mais do que a Feira de Nanterre”


Durante este fim de semana, a Feira, Festa e Romaria de Nanterre, organizada pela associação ARCOP, foi mais um sucesso. Milhares de Portugueses (e não só) foram matar saudades dos produtos portugueses e foram encontrar os muitos autarcas que vieram de Portugal para os encontrar.

Mas o Presidente da associação, Manuel Brito, disse ao LusoJornal que a ARCOP, que comemorou este ano 40 anos, faz muito mais do que a Feira de Nanterre, e quer que isso se saiba.

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A ARCOP existe antes da sua chegada a Presidente não é?

Sim, a associação existe há 40 anos. O primeiro Presidente começou com uma equipa de futebol e 10 anos depois o segundo Presidente criou um grupo folclórico, grupo que ainda existe. Eu sou o terceiro Presidente desta associação. Toda a gente diz que as associações são apenas folclore, mas não é verdade. Claro que temos um grupo folclórico, para manter as tradições do povo e para quem gosta do folclore…

Também continua com futebol?

Temos uma equipa muito boa. Houve um interregno, depois tivemos de recomeçar tudo. Tivemos de arranjar jovens jogadores, porque a equipa anterior tinha ido toda embora. Num primeiro ano perderam todos os jogos, mas com persistência, a equipa resistiu e eu quero agradecer muito aos treinadores e aos responsáveis porque aguentaram. Agora temos uma boa equipa e continuamos com o futebol, claro.

E que outros eventos organiza a ARCOP?

Por exemplo, temos um serviço jurídico todas as quartas-feiras. Temos ajudado muitas pessoas que vêm pedir ajuda para tratar das reformas ou para qualquer outro problema, pessoas que têm dificuldades para escrever correios… Temos a pessoa apropriada para isso e não está reservado apenas à nossa Comunidade, mas também a outras Comunidades. Há muita gente que não sabe disto, como não sabe que nós ajudamos muito as pessoas carenciadas. Nestes 22 anos já demos cerca de 40.000 euros, como por exemplo a crianças com dificuldades mentais, já demos uma cadeira de rodas, cadeiras próprias para o banho, já ajudámos 2 crianças cujos pais morreram, há 4 ou 5 anos, num incêndio provocado pela explosão de garrafas de gás, em casa. Os pais morreram e as crianças ficaram com muitas queimaduras graves. Também já demos sem contar para a Santa Casa da Misericórdia, para os Bombeiros Voluntários de Ponte da Barca. Nós temos apoiado muito estes casos de solidariedade e eu gostava que as pessoas também conheçam esta faceta da ARCOP.

A vossa sede social é alugada ou cedida para Mairie de Nanterre?

A nossa sede é cedida pela Mairie de Nanterre, não pagamos renda nenhuma, mas temos de pagar as despesas correntes. Temos muitas despesas com o grupo de folclore e a equipa de futebol, mas também fazemos várias festas por ano. Este ano já festejámos os 40 anos da associação, em maio temos as Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

E também costumam fazer festas para agradecer os voluntários da associação, não é?

Sim, temos por tradição, organizar três festas anuais para agradecer todos os voluntários da associação. Trata-se da Festa do São Martinho, de um Piquenique num parque e a Festa de Natal. Juntámos sempre umas 200 a 300 pessoas. Essa é a única recompensa que essas pessoas têm, pelo trabalho que elas dão à associação. Se não fossem elas, não teríamos podido dar os tais 40.000 euros de ajudas de solidariedade. Agora vêm aí novamente os Bombeiros de Ponte da Barca que querem comprar mais um camião e cá estaremos nós.


Entretanto, esta segunda-feira, a equipa continua a trabalhar para arrumar tudo, no seguimento da XXI Feira de Nanterre que acabou este domingo ao fim da tarde.